sábado, 16 de maio de 2009

Portugal no Mundial de Juniores - Japão 1979

Grs. - Zé Beto (Beira-Mar - 3 j.) e Justino (Sporting - 1 j.)

Dfs. - Eliseu (Leixões - 4 j.), Alberto Bastos Lopes (Estoril - 4 j.), Santana (Estoril - 4 j.), Artur (Vila Real - 3 j.), João Gouveia (Famalicão - 3 j.) e Jorge Oliveira (Sanjoanense - 1 j.)

Mds. - Quim (Rio Ave - 4 j.), Nascimento (Benfica - 4 j.), Luís Tomás (Beira-Mar - 3 j.), Diamantino (Benfica - 3 j.), João Santos (Estoril - 2 j.) e Parente (Estoril - 1 j.)

Avs. - Grilo (Sporting - 4 j.), Adão (Desp. Chaves - 3 j.), Galhofas (Juv.Évora - 3 j.) e Galvanito (Portimonense -1 j.)

Tr. - Peres Bandeira

Golos: Grilo (1) e Nascimento (1)

Foi há quase 30 anos que Portugal se estreou no Mundial de Sub-20 (na altura designado Mundial de Juniores) e foi em termos absolutos a segunda presença em Mundiais depois de Inglaterra em 66. Não tendo sido uma participação brilhante foi em minha opinião bastante digna: numa competição disputada por 16 equipas, Portugal ficou no lote das 8 melhores do mundo com o vencedor a ser a Argentina de Maradona. Foi uma prova disputada no mês de Agosto em díficeis condições de muito calor e humidade para além da diferença horária que em nada beneficiaram as formações europeias. Pelo que li das crónicas dos jornais Bola e Record este Mundial foi seguido com grande interesse o que não acontece hoje em dia curiosamente. Foi enviado da Bola ao Japão o jornalista Aurélio Márcio que deu uma cobertura bastante completa da prova.
Quanto aos jogadores da nossa selecção destaque para a ausência de última hora do médio portista Quinito, uma grande esperança do futebol português nunca confirmada e as presenças de dois jogadores da 3ª Divisão, Artur e Jorge Oliveira de Vila Real e Sanjoanense.
Este ano o mundial de Sub-20 será no Egipto mas Portugal não estará presente, aliás nos últimos 10 anos Portugal apenas participou em 2 edições em 6 possíveis e nunca como nos últimos anos
terá havido uma melhoria tão grande das condições nos principais clubes e nos de escalões inferiores principalmente no aumento do número de campos relvados.
Em minha opinião as selecções nacionais perderam identidade e precisam de ser remodeladas de alto ou baixo (ou melhor de baixo a alto), é preciso um Director Técnico Nacional que dirija essa tarefa de reorganizar as selecções (ou a selecção nacional nas suas várias fases) e treinadores que assumam a sua função como um trabalho a tempo inteiro e não um part-time porque eu continuo a acreditar que há jogadores jovens de grande valor em Portugal.

17 comentários:

  1. Algumas fotos desta equipa:
    http://football-uniform.up.seesaa.net/image/8ECE8EDF8ED98EC48EB68EDE8ED979adidasC0D6C7F2C0D6-BDB8B9E7.JPG
    http://football-uniform.up.seesaa.net/image/8ECE8EDF8ED98EC48EB68EDE8ED979adidasC7F2C7F2C7F2-BDB8B9E7.JPG
    http://football-uniform.up.seesaa.net/image/8ECE8EDF8ED98EC48EB68EDE8ED979adidasWYC7F2C7F2C7F2-BDB8B9E7.JPG

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  2. É comovente reler alguns destes nomes de antigas promessas cujos sonhos acabariam por ruir por completo, depois de mais ou menos risonhas "auroras"...
    Trata-se de um processo que faz, por outro lado, pensar muito seriamente no modo irreflectido, autenticamente leviano, como hoje se "fabricam" "estrelas" de um dia para o outro, contribuindo, desse modo, irresponsavelmente para se destruirem, a prazo, carreiras que, com outro tempo de crecimento e maturação, podiam até revelar-se bem mais risonhas, também posteriormente.
    Dos nomes atrás citados, permito-me destacar os do "Diamante", uma das últimas "referências de balneário" do Benfica e o do Santana, filho do grande Joaquim Santana, um magnífico interior do tempo do "Zé" Águas, do Coluna, do Costa Pereira, do Ângelo, do Jacinto "Pêndulo" que foi, também, um mal-amado "de génio" cujo nome figura nos anais dourados do Clube.
    Que bom lembrá-lo aqui a propósito de um filho infelizmente bem menos dotado mas com uma carreira, apesar disso, bem respeitável e digna!...

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  3. Obrigado pelas fotos Vítor eu já personalizei a caixa de comentários para que os links funcionassem mas parece que ainda não está bem,se alguém souber como se faz digam-me por favor.
    Amigo Acabado a propósito do que fala não posso deixar de falar no caso dos irmãos Bastos Lopes:
    conheço pessoas que jogaram no Odivelas com o irmão mais velho António e a opinião delas sobre ele é que era um rapaz magro que jogava a médio, que nem era nada de especial na equipa mas que tinha tido sorte. Mas tinha um trunfo a seu favor:a grande entrega ao jogo, para ele todos os jogos eram a sério e quando foi para o Benfica continuou o mesmo género de jogador e devido a essas qualidades que compensavam outros defeitos recuou para defesa e foi internacional júnior e A.O irmão Alberto começou a jogar no Benfica, pelo que dizem era superior tecnicamente,tinha mais jeito para jogar à bola, era superior em quase tudo mas vá-se lá saber porquê teve uma carreira bem mais modesta que o irmão, embora como treinador tenha tido mais sucesso.
    Lembro-me também do caso do Figo conhecido nos juniores do sporting pelo "fininho" mas que ao longo da carreira foi trabalhando os aspectos em que era à partida inferior aos outros e consegue jogar ao mais alto nível com 36 anos. Talentos natos, meninos-prodígio como Dani ou Dominguez com vinte e poucos anos já se tinham esvaziado. Mesmo o Ronaldo desde sempre um talento raro,raríssimo não o estou a ver com 36 anos ao nível de Figo. Isto só mostra que o aspecto psíquico, o carácter de um jogador pode ser muito mais decisivo na sua carreira do que o jeito para jogar futebol.

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  4. Luis Galvanito,avançado,natural de Lagos,filho de Hermenegildo,não fez a carreira que muitos protagonizavam,jogando practicamente só em clubes da 2ª Div.
    http://algarvalentejo.blogspot.com/2008/09/galvanito.html

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  5. É verdade o que diz, Gonçalo!
    A questão do equilíbrio psíquico, da estrutura consistente de personalidade (algo que se pode, aliás, educar e potenciar nas BOAS Academias) assim como a de uma certa capacidade natural para sofrer,quando é preciso, atrás de uma bola ou em cima de uma bicicleta, para não irmos mais longe(os tais 80 ou 90 % de transpiração de que falava o Chaplin noutro contexto); tudo isso configura, de facto, uma questão-chave.
    Talentos natos houve que se perderam exactamente por, como diz, lhes faltar essa componente de persistência (que é também de consistência...) que outros, porém, tiveram e souberam rentabilizar em termos de sucesso competitivo.
    O Benfica teve alguns jogadores que triunfaram porque a tinham--e, no fundo, apenas ou sobretudo por isso.
    O Zézinho (sobretudo), o Naldo, o Mário João, o Neto (muuuito!), o Saraiva, o próprio Cruz e por aí fora.
    O António Bastos Lopes, que vi, aliás, jogar várias vezes, corresponde efectivamente a esse padrão.
    Jogava ao lado do Humberto (Coelho), não sei se chegou a jogar com o outro Humberto, o Fernandes, mas o Coelho era um génio e o Bastos Lopes "só" tinha, no fundo, que lhe dar as "deixas" e aproveitar a "boleia"...
    Como o Raul Machado e o Germano, noutra geração.
    O Alberto teve problemas de saúde (suponho que fez um descolamento da retina) e isso, aliado ao facto de o Benfica ter à época um plantel que não dava grandes hipóteses, terão feito com que a carreira dele não tivesse tido a continuidade e o sucesso que pareciam ir ter.
    Esteve ainda, se bem me lembro, em Braga e depois perdi-lhe o rasto...
    O que eu acho, falando em termos genéricos e baseando-me na minha experência profissional de professor, é que há hoje uma tendência (quase?) institucionalizada para não se distinguirem os momentos de 'suor' dos de ócio e prazer.
    As pessoas (a começar nas escolas) exigem ser distraídas, divertidas, entretidas.
    Se o não forem, acham que não estão a ser... "motivadas".
    O resultado é que, como a vida infelizmente nos exige volta-e-meia sacrifícios de toda a ordem (treinos, "solfejo muscular e táctico", no caso do futebol) e isso não tem uma "graça" por aí além, muitos jovens, mesmo em clubes pequenos, acabam... "desmotivados".
    Houve uma altura em que eu ia para o Estádio Nacional (morava lá perto) ver os jogos do que à época se chamou o Campeonato Corporativo onde "jogavam" as equipas das empresas só para ver jogar futebol por prazer!
    Jogava-se mal?
    Muitas vezes, jogava-se... horrivelmente, tipo meia-bola-e-força mas... sentia-se cá fora o prazer, o gozo, que aqueles fulanos eles próprios sentiam.
    Contagiava o espírito de entrega deles, depois de um dia ou uma semana inteiros de trabalho.
    Há, na sociedade em geral, o que chamo de um "espírito ludocrata" que torna praticamente inviável o surgimento de Joaquins Agostinhos ou Zés Torres, isto é, de "operários" que percebiam perfeitamente aquilo que o Chalana queria dizer quando repetia volta-e-meia que trabalho é trabalho, conhaque é conhaque"...
    Enfim...
    E pronto!
    Por hoje, fico-me por aqui.
    Um abraço.
    Carlos

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  6. Já agora, só para se ter uma ideia do que era o Zézinho, aquele jogador de que falo na 'entrada' anterior, parece que o estou a ver, cara feia, cabelo encaracolado, um "operário" autêntico que jogava nos lugares todos do campo, excepto à baliza (vi-o jogar a extremo-direito quando o Chico Palmeiro estava aleijado mas também o vi "ajeitar-se" muito razoavelmente a defesa-direito!).
    De facto, conta-se que um dia, num jogo com o Sporting, o árbitro apita para o jogo começar, sai o Benfica, o Águas toca para a frente para o Coluna e, nesse mesmo preciso instante, o Zézinho (que estava a extremo) vai direito ao jogador do Sporting mais próximo e ferra-lhe imediatamente uma "pantufada" que o estendeu.
    Magoado, caído, o jogador do Sporting tem um queixume desolado: "Então, Zézinho!..."
    E o Zézinho muito naturalmente: "Então? De que é que te queixas? Já começou..."
    Como se costuma dizer: "Si non é vero é bene trovato"!
    Se não é verdade, é bem achado e diz bem do tipo de jogador que era este Zézinho...
    Este (que saudades!) era para aí... 122 % de transpiração e 0 de... inspiração...
    Grande alma, o Zézinho!
    Era a única maneira de ter lugar numa equipa onde pontificavam o Zé Águas, o Mário Coluna, o Santana, o Palmeiro, o Salvador e por aí fora...
    Bons tempos!...

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  7. Há aqui algumas coisas interessantes para comentar. Por exemplo, o caso dos Bastos Lopes, também tenho como indiscutível que o Alberto era muito mais jogador que o António, mas para tudo na vida é preciso sorte, e o Alberto não a teve. Na minha opinião, e vejo jogos do Atlético desde 1981, foi o melhor defesa central que vi jogar pelo clube.
    O Galvanito era um jogador muito fraquinho, vi-o muitas vezes e era, para ser simpático, mediano.
    Em relação ao Figo, e à parte psicológica dos jogadores de futebol, eu aponto o caso dum ilustre desconhecido, chamado Carlos José, ou "Chico Fininho", que era um autêntico fora-de-série, e não estou a exagerar, até porque tenho uma bitola de qualidade muito elevada para jogadores de futebol. O Fininho é um pouco mais jovem que a geração do Japáo, nasceu em 63, foi das camadas jovens do Sporting, internacional em todas as categorias, mas sem cabeça para o futebol. Creio que ainda passou como sénior pelo Barreirense, mas abandonou o futebol.
    Com o mediatismo que entretanto as camadas jovens passaram a ter, o Fininho se calhar teria feito outra carreira. Ou não, veja-se o caso do Dani.
    Isto para dizer que a parte mental é muito mais importante que a parte técnica e pelo menos tão importante como a parte física.

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  8. O anónimo anterior não era anónimo.

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  9. Amigos depois dos vossos comentários fascinantes,não posso também deixar de falar em relação ao que diz o amigo Acabado sobre a formação de jovens que existe em Portugal:tendo eu só 28 anos e não tendo vivido o período anterior ao 25/4 nem os anos seguintes e em relação ao que diz sobre a falta de exigência com os mais novos penso que se passou de uma fase de totalitarismo escolar (do quero,posso e mando do professor mas com igual tratamento para todos) a uma fase mais ou menos recente e que eu vivi do professor simpático que pouco interesse tem pelo futuro dos seus alunos, de os preparar convenientemente, que procura agradar-lhes numa muitas vezes falsa relação de amizade que se não prejudica o professor, prejudica o aluno que não tem habilitações e vê-se lançado alguns anos depois às feras num quotidiano de exigências e num mercado de trabalho feito de compadrios, de simpatias em que a competência, a honestidade e habilitações parecem contar cada vez menos.Ou como eu costumo dizer e a propósito de episódios recentes que teem a ver com a educação sexual nas escolas que parece ser o grande problema de educação de uma "esquerda" a meu ver cada vez mais hipócrita e populista, muito gostam as gerações mais velhas de estragar as mais novas.Isto eu não deixo de relacionar com o problema da "formação"
    e do papel que em Portugal a escola não tem em relação ao desporto: é que o desporto nem que seja o desporto escolar exige regras,exige trabalho,dedicação o que não se encontra de um modo geral na escola actual já há largos anos
    e falo principalmente no ensino primário e básico. Em minha opinião essa falta de exigência escolar está a afectar (porque está necessariamente interligada com ele)o futebol ou o desporto de formação.

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  10. Eu não me lembro de ver jogar os irmãos Bastos Lopes, mas acho que ainda jogaram juntos no Benfica,o António foi para Benfica com 16,17 anos mas não pode ser só uma questão de sorte um jogador que jogou ao mais alto nível cerca de 15 anos e foi internacional A. Eu ando a fazer uma tabela do Benfica para a época de 79-80 e ele jogava sempre principalmente a lateral-direito porque os centrais titulares eram o Humberto e o Alhinho e às vezes entrava o Laranjeira, o Alberto era o lateral-esquerdo.O João Pinto do F.C.Porto era um jogador talentoso? Quem teve sorte foi o Pringle, o Charles,o Thomas esses sim tiveram muita sorte...

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  11. Sobre a tal questão dos jovens 'et al': eu tenho a minha opinião sobre o enquadramento histórico, político e até civilizacional que conduziu à situação que hoje se vive no que diz respeito à relação estável; à relação, digamos, típica--cultural e cultualmente típica--destes com a sociedade e dela com eles.
    É uma questão complexa que levaria muito tempo a equacionar mas, resumindo, pode dizer-se que se inverteu o padrão natural de democracia, diria eu.
    A Democracia é algo que se aprende, um acto ou um conjunto de actos--um posicionamento global--típico de Cultura.
    Não é nem um dado adquirido nem um "insecto perfeito" que nasce já feito e, sobretudo, que possa dispensar todo um, no fundo, árduo e (lá está!) humilde de trabalho diário de aprendizagem e contínua consolidação.
    É também algo que se faz pelo exemplo--sempre, de um modo ou de outro, com (alguma, indispensável) dor, digamos assim.
    Quando eu era miúdo, a democracia possível (sobretudo, familiar: a única permitida...) ia sendo ganha através de um quadro contínuo de referências que toda a gente entendia e (mais importante ainda!) onde toda a gente, no fundo, se revia: quando se fazia o "5º ano" (o actual 9º) ganhava-se, por exemplo (foi o meu caso) o direito a "entrar em casa às dez da noite".
    Com o "7º ano", veio o acesso ao "direito" a entrar à meia-noite, a beber uma cerveja e a fumar à frente dos pais (triste conquista, sobretudo, neste último caso mas, à época, era MESMO uma conquista e uma promoção simbólicas importantes, referenciais).
    E assim por diante.
    No fim, quando, no meu caso, me formei passei a ter direito a dar opiniões e a ser consultado familiarmente para uma série enorme de coisas.
    Passei a ser OUTRO "homem" da família...
    Claro que muitas destas coisas "têm data" e só podem entender-se à luz de uma certa realidade que era a da época.
    O princíio, todavia, é que conta.
    Por outro lado a altura, muitas destas liberdades pareciam-nos terem-se (como dizer?) atrasado, digamos, um pouquinho mas a verdade é que o esquema funcionava e, em termos globais, raras vezes, no seio da classe média onde eu vivia, vi este modelo de "contratação social familiar" ser unilateral e definitivamente rompido por qualquer das entidades que o protagonizavam e concretizavam.
    A integração da juventude obedecia a uma espécie de código "iniciático" global, volto a dizer: perfeitamente entendível, no termo do qual se atingia um estatuto que era, no fundo já o dos "mais velhos" mas a grande vantagem é que todos percebíamos QUE se tinha lá chegado--e COMO.
    É, no fundo, isso que eu acho que falta hoje: a percepção clara de que a liberdade é uma ciência que tem "leis" e necessidade de aprendizagem e método como qualquer ciência...
    E por hoje... é tudo!
    Um abraço!

    Carlos

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  12. Este "maroto" deste blog não me deixou mandar o texto integral que tinha escrito...
    Por isso, tive de cortar a parte em que falava (ainda uma vez e com muito gosto!) do Bastos Lopes I e reescrevê-la aqui.
    Bom, o que eu dizia é que ele foi um daqueles digníssimos "operários do benfiquismo" que, de algum modo, permitem identificar o Clube e, nesse sentido, o estatuto que ele conquistou na nossa memória clubista colectiva foi ganho com total legitimidade e justiça.
    Não se trata (longe disso!) de sorte!
    Trata-se de humildade e consciência perfeita das próprias limitações--o que é muuuito diferente!...
    Grandes e inesquecíveis "operários" foram o Jacinto, o Chico Calado, o Ângelo, o Cavém, o Zé Torres.
    Até o Arsénio e o Julinho!
    O Corona, por exemplo, caíu exausto no balneário quando acabou o jogo da finalíssima da Taça Latina que, como Clube, ganhámos aos Girondinos de Bordéus.
    ISSO é (também) o benfiquismo.
    A História do Clube é, aliás, em larga medida, feita disso.
    Eu recordo-me de, no tempo dos famosos "violinos" do Sporting, o Clube ganhou jogos com "sangue, suor e lágrimas" porque "eles" eram, de facto, tecnicamente superiores à maioria dos jogadores do Benfica.
    Por isso, longe de mim, a ideia de minimizar o estatuto relativo do Bastos Lopes--ou até (por que não?) do Pringle ou (sei lá!) do Jorge Ribeiro.
    No Benfica "do" Eusébio e "do" Coluna, se calhar, seriam jogadores utilíssimos como o foram o Cruz, o Neto ou o Mário João.
    O segredo está, a meu ver, no contexto global da equipa e do Clube e também na consciência que se possui ou não do valor relativo de cada um...
    E isso, às vezes, falta, de facto, muito!...

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  13. Sim, por vezes é preciso definir bem o lugar de cada um,não conheço bem outras realidades mas neste país dá-me a sensação (e falo no caso da educação ou da formação de jovens) que se passa de 8 ao 80 com muita facilidade.Penso que as coisas podem-se fazer sem excessos,concordo que o indivíduoo tem de ter liberdade para se exprimir, para desenvolver a sua personalidade sem entraves,mas uma sociedade precisa de regras claras de convivência entre todos.E numa sociedade democrática tem de haver essa exigência sem dúvida.

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  14. Não são coisas incompatíveis (pelo contrário!) o desenvolvimento saudável (ou tão saudável quanto possível...) da personalidade e um conjunto de regras, de um modo ou de outro, racionais sustentando todo o processo.
    O mal é que ou quando as regras em questão (ou a ausência material delas) são arbitrárias e não incorporam demonstravelmente em si (volto a dizer: de um modo ou de outro) as próprias leis de funcionamento efectivo da realidade--ou aquelas que supomos com algum fundamento possível que o sejam.

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  15. Desta selecção vingaram 3 jogadores não? E mesmo assim parece-me já uma taxa de aproveitamento dos juniores bem razoável quando comparada com as actuais... "ops, espera aí, deixa cá ver este brasileiro lá de Jabuticaba do Sul que é bem baratinho e dá uns toques na chicha... os juniores tugas que se lixem..."

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  16. Rui Manuel Veiga24 janeiro, 2010 01:42

    Tenho a idade dos homens que estiveram nesta copa e tal como hoje, muitos talentos ficaram pelo caminho. Recordo-me de João Santos, meu colega de instrução primária e liceu (na antiga Lourenço Marques), onde já na época demonstrava um invulgar pé esquerdo, que ainda hoje não ficaria atrás de muitos canhotos talentosos. Conta-se que no Japão o Maradona foi saudá-lo, fascinado pela magia da sua técnica. Foi com mágoa que o vi ir desaparecendo dos campos. Gostava de saber que é feito dele, pois não esqueço o jogador e homem bem formado, que não teve o apoio merecido como muitos infelizmente.

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  17. Caro Rui Veiga pelo que sei o João Santos era até há pouco tempo treinador das equipas jovens do Benfica além de ter treinado o Seixal,o Ol.Moscavide e mais alguns clubes de que agora não me recordo.Mas é verdade que enquanto jogador foi desaparecendo o Estoril de 79-80 terá mesmo sido a única equipa que representou na 1ªdivisão.

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